quit bitchin'.

Ando muito pilhado. Uma coisa que percebi quando o limite geral chega é que você faz coisas pra relaxar mas elas têm o efeito contrário: te estressam mais do que te acalmam. Você recorre a pessoas mas você as despreza mais do que delas precisa. Ora, eis que acabei de me ver procurando em redes sociais uma pessoa aleatória em um jogo on-line pra saber quem era a pessoa irritante que conheci no jogo. Nossa mente funciona de formas curiosas... eu queria arrebentar o moleque. Mas veja, não quero mais, cinco minutos depois - até a hora que encontrar outra pessoa assim, ou qualquer outra coisa que me entorte o eixo. 

Acho válido que as emoções sejam únicas, que a gente seja o mais autêntico possível, que a gente realmente tente uma transposição saudável da nossa personalidade por entre as diversas situações nas quais a gente se encontra ao longo da vida e por isso gosto de quando transfiro a minha personalidade pro joguinho. O mesmo vale pra um livro, por exemplo, ou um filme. Quem vê, narra, sou eu; a impressão, a imersão, são minhas. Isso faz com que minha mente entre na narrativa, no contexto, e isso é ótimo - até que você se pega dando importância real a coisas que não deveria, até que aquilo deixa de ter o efeito esperado, até que se torne real e indissociável. É como ler The Catcher in the Rye  e matar John Lennon. É, é essa a hora de parar.


"I do not remember any fights or fits.
Just a shakey morning after calling it quits. (...)"


O que eu sinto não tem muita importância pra ninguém, e esse assunto é chato e pesado. Além disso, sei que não tenho exclusividade na desgraça e descontentamento na vida. Falo sobre meus infortúnios o tempo todo pra quase todo mundo que conversa mais de cinco minutos comigo, expresso meus desesperos em detalhes porque sempre cometo o mesmo erro de acreditar na pura inocência da terapia do desabafo. Mas a realidade é que isso não só não adianta como afasta pessoas que lhe deram um ombro e nele você ficou mais do que lhe era bem-vindo. Então, ao que vejo, o ciclo infinito do precisar mas não ter uma companhia só tende a piorar. E você pode ter a certeza de que, quanto mais algo lhe consome, mais esse algo estará presente em suas conversas. E as pessoas vão te odiar por isso. É essa a hora de parar.

Sinto um limite ali, bem ali. Espero ansioso por uma manhã calma na qual eu puxo da tomada esse estresse todo. Não só isso, espero o dia que poderei fazer isso acreditando que nada mais estou perdendo. A bem da verdade é que não importa o resultado, não importa quão calma seja a situação, e mesmo se não for, a tomada terá de ser puxada. Não aguento mais.

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