tributo

Este texto é um tributo. Um tributo para um outro texto que escrevi, e que perdi. A intenção deste é, portanto, a exaltação do outro citado.

O texto citado sim - aquele fazia juz a meus sentimentos, fazia juz à minha condição humana e à minha situação atual. Detalhava a minha alma de uma forma sem precedentes, e explicava a mim mesmo, da forma mais clara e direta que eu jamais vira, como minha cabeça e minhas emoções funcionam. Explicava a minha raiva pelas coisas do mundo, e o meu amor por elas também - e ainda esclarecia pontos e  justificava todos eles, tanto acerca do que gosto quanto do que não gosto. Explicava-me meu ateísmo e meu medo do escuro. Explicava meu coração mole com quem queria pisar em mim e meu coração duro com quem me ama. Explicava meu mal-estar ao fazer mal a alguém, a raiva exorbitante dentro de mim em relação a pessoas que não usam seus respectivos cérebros; ele continha explicação do meu medo de morrer e não deixar nada de significante. Explicava minhas paixões e meus desejos tão humanos, mas tão pessoais. Explicava minha submissão e meu medo de perder amigos, e a necessidade de ser engraçadinho quando em grupos sociais, e o por que de não o ser, apesar do esforço. Explicava a minha necessidade juvenil de parecer jovem, e deixava claro o meu medo de ser mal compreendido, além de dar meus motivos pra isso.

Mas eu escrevi enquanto dormia, e quando acordei, só haviam borrões, cada vez mais borrados. Sinto falta desse texto, profunda e sinceramente.

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