uma de minhas misérias

Eu ia dizer que não sou mais tão jovem... mentira. Não sou mais jovem mesmo. Só posso ser jovem em comparação com um senhorzinho caquético; stritu sensu, velho. Cinco dezenas e meia na próxima semana e ainda tenho meus cabelos na cabeça, grisalhos, que, apesar de tudo, ainda fazem sucesso com as moças da sua idade, filho. Preocupante é saber que elas sequer se importam com o que fez os cabelos ficarem brancos... O que é a graça da juventude, mas sua maior falha. Você ainda vai ouvir, aliás, um monte de gente velha falando que com a idade você adquire sabedoria. É mentira. Na verdade, adquire-se os problemas de saúde, a memória e os dentes fracos e o dinheiro que você conseguiu fazer quando ainda era jovem. 

Você não pode esperar para fazer sucesso na velhice, porque não dá. Peles velhas são voláteis e enrrugadas, e não queremos isso. Queremos alguém dinâmico e engraçado, versátil. Alguém que faça com que todos os outros pareçam da década passada. E que conviva com o público, que seja arrogante na medida certa, que dê gorjetas altas para trabalhadores baratos. Alguém que aja como os velhos, mas que não mate o novo, pois se precisa do tripé: povo novo, povo velho e governo. Aí você tem o filho de todos, irmão de todos, pai de todos. 

Da roça do Vale do Paraíba você vai direto para o Palácio do Planalto, ou além. No entato, não consegui isso para mim. E ainda não sei onde errei, ou se erraram por mim. Não é uma ciência exata, de qualquer forma... Estudamos para entender sistemas e dificuldades, criar padrões. Mas vivemos sem eles o tempo todo. Conversamos sem muita razão de tal, ou  até irracionalmente, quase sempre. Desejar a alguém um feliz Natal é surreal por si só. Mas, feliz Natal. E talvez seja por isso que eu tenha dado errado.

Comentários

Postagens mais visitadas