Vae Victis

Vontade de tua mão, sem nenhuma razão. Só olhá-las, molhá-las e secá-las com o calor de minha febre, de delírio; rio-me deste devir de solidão. Se de fato é como se pinta, esse diabo, por que deveria eu me preocupar? 

Pois, eis que este fardo, como um espelho, me mostra tudo ao contrário. Vontade que me bate, viu? De marchar de volta àquela cidadezinha do interior, interior de mim, e dormir ao som da bile rugir de cólera, sangue, vermelho sangue, pisado e espalhado sangue; derramado como o leite, choroso como a senhora a varrer as cinzas do marido ou os cabelos do filho enfermo em seu leito de morte. 

Mundo atento aos detalhes que deixo passar me cobra de meu esquecimento e de minha falta de atenção. Não, esta não falta, não, viu? Só que prefiro me direcionar para onde meus desejos apontarem e rolar escada a baixo com o prazer da queda. Perco a cabeça como um lápis na mão de um menino que vive a correr.

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