Ó, pai...


Vamos pensar um pouco...

Se Deus é onipotente, deixa o homem sofrer por deleite, e isso faz dele mau. Se sente prazer em ver sua criatura sofrer, não é perfeito, porque sente necessidade de prazer, portanto, é imperfeito por não bastar-se a por si mesmo (compreendendo "existir de modo perfeito" como a existência mais completa possível sem quaisquer necessidades, passível somente a um ser onipotente). Mesmo se ele não sentir prazer, mas desgosto, além de ainda estar sujeito a necessidades, ele não é perfeito de mesma forma, porque é impotente sobre certa situação - por ser impotente, pela lógica, deixa, necessariamente, de ser onipotente, pois não pode tudo. 

No entanto, é concebido historicamente como ser de poder total; logo, se este o tem mas não faz nada diante de uma situação má, a exemplo, ao homem, ou isto faz dele negligente quanto à recusa da melhora e, portanto, mau, ou faz dele um ser sem esse poder de poder tudo, e não onipotente. Se a é onipotência, portanto, que o dá o poder divino de existir sem a matéria, então, a existência de tal ser é impossível. Além do mais, é impossível a concepção de perfeito a partir de algo imperfeito, como o mundo o é; portanto, por sermos seres mundanos e imperfeitos, jamais poderíamos, nós, criarmos um Deus perfeito. 

Por último, esse Deus precisa ser, necessariamente, a origem de tudo. Porém, se todo o raciocínio acima aponta para a inexistência da origem, mas todo o resto supostamente surgido dessa origem aparece como existente, podemos assumir que, ou erramos de origem e temos de procurar mais cautelosamente, ou a origem não quer se mostar a mim com a verdade necessária e, portanto, é enganador e, consequentemente, mau. Se é mau, com base na teoria acima, jamais vai ser a origem (portanto deve-se procurar a origem em outro lugar), bem como deixa claro que, de fato, Deus não existe.


Ps. 1: Eu sei que já pensaram coisas do tipo, pretendi fazer a minha versão e tomar um lado na questão. É fácil encontrar versões a rodo de provas lógicas tanto da existência quanto da inexistência de Deus e, justamente por isso, é um assunto interessante. Porém, é, ao meu ver - e somente ao meu ver que considero -, as provas refutantes da existência têm muito mais lógica e são menos abstraentes do mundo e da realidade que este apresenta, até porque nunca senti Deus, como muitos dizem que sentiram. "Ah, você precisa acreditar para sentir" - mentira! Se existir de fato, vou sentir sem acreditar. A fé engana por supor algo até este algo se provar por qualquer fato físico aleatório. São, justamente, estes os motivos pelos quais tomo parte no argumento da inexistência divina.


Ps. 2: "O problema do homem é pensar".

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