Das necessidades carnais (meramente observacional)

SE eu estivesse apaixonado, eu faria alguma coisa assim pra postar aqui.
Há de acontecer, ainda.

"Acordado, com o peso da consciência sob a palma da mão; cotovelo deformando o travesseiro, formigando. Olho para você, e você dormindo, se mexendo de leve, talvez sonhando... Com o quê, nem quero saber - prefiro não saber, na verdade; desisti de sonhos tem um certo tempo já -. Mas tem diferença do sonho sonhado e do sonho vivido; por exemplo, noite passada foi um sonho vivido, e agora eu contemplo com um prazer, uma satisfação de estar aqui, onde estou agora, olhando pros seus olhos misteriosos que, de tão misteriosos, olham o escuro das pálpebras e lhe causam movimentos nos braços  pernas.

Queria ter a licença poética de poder ter esse momento pra sempre. Queria a licença sua de ter você. Por enquanto, na verdade, só tenho esse momento, que me faz querer fortemente te beijar - coisa que não quero fazer, porque sei que vou perder você e seu momento -. Estou falando sem palavras pra você que dorme, e isso é tão sem sentido quanto qualquer outra coisa. Assim como a vontade de ser seu e ser parte da sua vida, assim como a vontade de ouvir você gritar comigo sobre meu cabelo desarrumado ou meu all star sujo, ou ambos. Assim como a vontade de ter você num âmbito tão grande que faça você querer o mesmo de mim. Queria ser capaz disso tudo, de ser valioso pra seus momentos assim como você é para os meus, mas duvido que o seja."

Isso, novamente, SE eu estivesse apaixonado. AInda bem que eu não estou.

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