What a wonderful world...

Desatai irmãos, a chorar.
Desatai a sofrer as mágoas,
Pois não há mais conserto.
Desatai, pois, a beber.
Desatai a gravata e desatai o nó,
Limpe as mãos e sofra;
Sofra até que o sangue escorra
Pelo ralo que a vida se tornou.

Bebe.
Bebe até sua alma desejar o contrário,
Bebe como se fosse o último copo.
Bebe, embebido com o jazz
O último jazz,
Que jaz
Aqui
Coberto de saliva, suor e sangue
Sangue meu, sangue seu
Saliva dela
Suor nosso
Pelo marfinfindável piano, piano de leve
Piando leve num canto do bar,
Pio que me suplica por sempre mais
Ao copo que chega à boca
E que mata um pouquinho a cada segundo.

Se de fato há algum motivo
Que se apresente, eu demando;
Antes da morte de meus ideais
Ou da morte de minha carne
Que pisoteará por cima da existência
Mais dia ou menos dia.

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