Do enraizamento de idéias,

"Fórmula da consagração de idéias:
Parta do presuposto de que de nada de tudo que você há de ouvir, diariamente, é de se jogar fora. Reúna a maior quantidade de informação acerca de algum assunto em particular. Repita-o quantas vezes for necessário a si mesmo, se de fato for necessário, para complementar a absorção desejada. Então, simplesmente ria de tudo e de todos. Saberás do porquê. Deleite-se com a idéia, que chegará a ser de fato concebida ao longo do processo, e que quase perfeito não faz de nada perfeito (não nesse caso). Também, que toda concepção é falha e de que a tentativa e erro, em larga escala, traz desespero."

E não falo da minha relação com a moça da padaria - "Oi, como vai você? Dois pães e uma margarina, por favor" -. É mais agressiva; é sutil e hábil e cai com a graça de um saco de cimento molhado. Verdade seja dita: o mundo metafísico é mais real quando sua concepção de relação humana se consistia em pular a perna de sua prima sentada ao chão e ela simplesmente chorar porque não ia mais crescer por isso. Por que ela queria crescer, afinal? Crescer é chato, quando se é criança durante o processo todo, que é deveras lento. Mas lembro que eu também quis crescer. Imagino que achei que maturidade vinha com a idade. Maturidade não veio; a idade, por sua vez, já é outra história. Não sou velho; no entanto, estou fadado a ser - e me mostro ligeiramente nostálgico por causa disso. Sabedoria não vem com o tempo, tenho um amigo sábio que tem minha idade. Posso adquirir conhecimento, mas nunca serei sábio. Me conforto com isso, apesar de ainda evitar tudo o que conceituo como inútil à minha existência, como sendo alheio a meu convívio. Principalmente nesse meio acadêmico, onde a doutrina se faz necesária. (?)

 (pff...)

Espero que o tempo venha a dar-me bons conselhos. Engraçado, quando eu mesmo me refiro ao tempo e algo que ele possa me dar ou tirar, imagino ele como sendo um tiozinho barbado entrando pela porta da frente e me chamando pra conversar, da forma que meu pai nunca fez; da forma que eu queria que ele tivesse feito. Agora estou de fato aprendendo a viver, mas e aí? Eu não tenho saco pra viver melhor. Não sei viver melhor e doutrinas não vão me animar, nem melhorar minha condição de vida. Não animar-me-ão, tampouco me tornarão sábio; talvez me tornará um estudante que vira parte da estatística que choca a sociedade: "Estudante de 21 anos é baleado por policiais durante confronto armado. PM alega legítima defesa". Chame-me de egoísta, mas jamais lutarei por algo que não me permita o mínimo de prazer, ao menos ao final de tudo, felicidade ou coisa do tipo, ou que contenha alta dose de risco com pouco retorno na bagagem. Acho hipocrisia abnegar dos próprios sentimentos e vontades, se de nada valer pra si mesmo. Mundo melhor pros meus filhos my ass! Por isso não defendo nada nem ninguém até que isso venha a ser merecido.

Não que eu faça muita diferença, mas ainda sim, não me sujeito a tanto.

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