Das decisões mal-tomadas,

Mal penso por mim mesmo, descubro que quero ser como um amigo meu, em todos os sentidos. Por quê cargas d'água iria eu querer isso? Sou eu tão medíocre assim? Ou melhor, o que o faz tão especial que o torna o paradigma no qual me espelhar ao tomar ato de todas as minhas ações? Talvez mais simples: o que o faz tão especial?

Isso não é admiração, é fanatismo. Não tenho uma palavra decente para expressar o que de fato quero expressar; mas posso afirmar com veemência de que me sinto assim. Sinto essa expressão sem palavras que me falta, e com ela aparece a falta de decisão que assola a alma e se reflete na carne. Daí, penso nas concepções do mundo e nas decisões que ele tomaria sob essa ou aquela situação. Ele mesmo diz, "Não se pode prever o ser humano", e concordo de uma forma bem empírica, por assim dizer. Jamais irei conhecê-lo por completo; jamais vou tê-lo numa mesa, desmontado, pronto para a dissecação de idéias, conceitos e formas de decisão que tanto procuro absorver.

O que teria ele feito naquele momento, mais cedo, onde precisei de uma decisão, uma atitude de efeito? O que dizer, como reagir? Não concordo comigo quando penso que preciso de uma personalidade que não a minha própria para decidir-me para com os outros?

Basta. NÃO, não preciso dele, e ele se faz desnecessário. Mas ainda não entendo o porquê, ainda assim, acho que preciso. Supostamente, seria um medo de decisão, ou medo das condições imbuídas em tais decisões, e gostaria que esse senso crítico que admiro fosse crítico com as minhas decisões. Mas sou tão desprezível e tão amável quanto qualquer ser humano, qualquer macaco sem pêlo que convive entre outros macacos sem pêlo, se é o que de fato o que significa ser humano - inclusive tanto quanto ele próprio -. Talvez na sua totalidade, ele jamais saberá disso tudo, mesmo se eu dissertar sobre o assunto em sua presença, ou mesmo se ele ler isso. No entanto, sei que essa influência que recebo de sua pessoa é perceptível a ele e forte para mim, mas não sou observador a ponto de ter um exemplo para essa certeza.

De qualquer forma, ele me é a fonte de forças para as convicções atuais que utilizo aqui, mesmo sendo longe de lá. Eu não quero, conscientemente falando, essa influência; mesmo sendo inconsciente, a desprezo, porque me faz mal. E a decisão disso tudo se torna falha quando o motivo - a fonte - some no horizonte.

Liberdade não é tudo isso, não.

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