Um universitário só - primeira parte

Boa noite, querido ego.
Passei numa universidade pública. Passei e sou um sortudo por isso, eu sei; abraçarei a causa como nunca abracei nenhuma causa.

Sei que a mãe da invenção é a preguiça, e já não sei se inventei de fazer filosofia porque queria ser preguiçoso. Talvez, mesmo porque esforço físico é ruim. Ou talvez porque pensar um pouquinho num mundo técnico pode vir a calhar... Soberania pela força física é coisa obsoleta; o esquema é ser retórico.

Irei-me a morar em outra cidade. Outra vida, outras paragens, outro sotaque, outras garotas... Será que o mel secou? Espero que não; na dúvida, eu passo no mercado antes de ir. Em todo caso, meu PC vai e minha guitarra também. De mesmo modo, deixo para trás coisas que não são de todo não-aproveitáveis, e outras cujas quais não imaginava minha vida sem - e ainda não o faço -, tais como minhas amizades consolidadas e o grande vir-a-ser que pode tomar conta de uma relação humana em especial que me envolve e que me agrada, muito mais do que qualquer um possa imaginar. Também vai ficar meu quarto, meu querido e sujo quarto, que de tantas coisas sei que foi testemunha. Dar significado às coisas gera importância inexistente. Preocupar-se com água no oceano sempre me pareceu irônico, é só sal.

Bom, fico por aqui, no meu querido sono de beleza, carimbado e autenticado a cada segundo pelas batidas do meu coração, que não cessam, até o dia que de fato cessarem.

Depois conto o resto.

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