Um copo de cólera

A cada batida do meu coração:
Sinto a batida do samba me esquecer,
Ouço a porta, na pancada de seu ódio,
E invejo seus corpos, na primeira luz do alvorecer,
Me enduvido na batida de vinho,
Enquanto sinto sua divindade sobre meu ver.

A partir daí, não penso mais em ser quem quis
E não sinto meus dedos contra a quina;
Não me recordo do toque de seus lábios
Contra os lábios que trocados queriam ser.

Não, tocados!
Vinho, pra que te quero...

E me trancafio no lado de fora da festa
De onde só, só de te imaginar, me faz tremer;
De onde não deveria ter saído,
De onde não posso te ver,
De onde, já nem lembro mais,
De onde já não posso querer por esquecer.

A cada batida, me lembro de antes
E do que mudou desde o início:
Mudou meu corte de cabelo,
De verba,
De emoções,
E o bem-estar.
Mudou meu ânimo, e minhas preocupações.

Mesmo sem esperar, de mim, tanto,
Sei que o que fiz não deveria ter acontecido.

So, what's your poison, Jack?

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