(...)

     Quando perguntei a um filósofo o que é sua filosofia, este diz que é o amor pelo conhecimento. A um pedreiro o que é construir, este diz que é o sustento. A um músico o que é ser a atração, este diz que é sua alma. Quase não obtive resposta nenhuma quando perguntei a um mendigo o que era ganhar um prato de comida e um cobertor em véspera de natal por um garotinho. Do padeiro descobri que fazer os pães antes do sol raiar é a única forma de que sabe viver.

     Não sou filósofo, pedreiro, músico, mendigo ou padeiro. Não sou digno de tais títulos, não me são válidos; não os busco, afinal. Se tenho amigos, estes mal têm como se dedicar a si mesmos. Ao final das contas, meu pilar não é algo que possa ser construído – muito menos destruído. Está e sempre será intacto, nem decorá-lo eu posso. Como li em algum livro de alguém importante: um vaso milenar ostentado na sala de visitas; ao quebrá-lo eu estaria me impondo na história. O que é não mais será. Mas este vaso não há de ser minha curta estadia.

     Se fores igual aos outros quase sete bilhões, és como as moscas são pra nós mesmos, mas temos o terrível conceito de que um tapa não nos deve matar. Reflexões, pensamentos, dicas de viver, depressão. Memento mori.

     Dedicar-se ou não dedicar-se, eis a questão...
     Profunda e sinceramente, não vejo motivos.

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