Por ti, C.H.

Creio que o peito já não aguenta mais tanto soco que levo de dentro, como parte do desejo da face rosada contra o vento que sobra da boca do destino, proibindo, quase sem querer, os seios montanhosos envoltos por tão negro tecido fiado com fios dos frios olhos que os proíbem ao desejo que se limita à silhueta contra a luz do poste que realça seus contornos.

E ao longo desse segundo em que essa irritante vontade perde-se em fios negros de um frio pensamento, aqui jaz a mim, num canto de um bar, que já não sei onde ficava mesmo, tragando um copo de ódio tinto. "Quanto mais amargo, tanto doce mais o é..." ...para a garganta que, ao invés de engolir, quer vomitar o grito atravessado e afiado como a shuriken que jurei ter sido atirada no meu orgulho ante minha pessoa. 

Eis que o afobado segundo segundo já não parece ser capaz de conter tal berro e convertê-lo ao sábio silêncio, e ao terceiro segundo primeiro grito ecoando da noite, que já me dura agora uma eternidade de quatro eternos segundos de insanidade elegante.

E um restinho da lucidez desce pelo ralo do meu vexame e o despe, nuzinho, diante do que diabos será que eu estou falando? Olha lá. Ele é maior que você é covarde, você é sabe como sou irritante com gente tão estranho olhar me cega com a razão de o fazer. E fazê-la pensar em mim me causa a pena dela, pena capital.

O que eu a faço foge da razão de não o fazer; o que ela faz foge de minha mais profunda definição de gostosa. E tudo que a gente faz junto é sair do bar, cada um por uma porta, sem nos termos um ao outro. Droga! Maldição! Aqui é o banheiro.

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